Feito por membros da instituição Baluarte Cultura
O mundo do século 21 é caracterizado por transformações cada vez mais exponenciais e grandes desafios marcados por questões interdependentes e globais: pandemia, padrões climáticos extremos, populismo político, desigualdade social, perda de biodiversidade, crise financeira, competição geoestratégica, insegurança alimentar, agravamento de subcondições urbanas entre outros.
Nesse cenário, a relação das empresas com a sociedade igualmente vem se transformando, o capitalismo com foco no lucro vem se transmutando para um novo capitalismo, em que lucro e propósito se harmonizam. A resiliência e prosperidade dos negócios está diretamente relacionada à sua capacidade de formular novas estratégias corporativas em que a geração de valor seja compartilhada e sustentada entre todos os stakeholders.
A construção de uma nova economia, mais ética, equilibrada e inclusiva, foi pauta, inclusive, da 50ª reunião anual do Fórum Econômico Mundial em 2020. O “Manifesto de Davos”, criado para guiar as práticas corporativas, renovou sua visão ao afirmar que é preciso dar significado concreto à ideia de um “capitalismo das partes interessadas” (stakeholder capitalism).
Nas palavras de Klaus Schwab (fundador do Manifesto): “Primeiro veio o efeito Greta Thunberg: ela nos recordou que o sistema econômico atual constitui uma traição às gerações futuras pelo dano ambiental que provoca. Em segundo lugar, os ‘millenials’ e a ‘geração Z’ já não querem trabalhar, investir ou comprar em empresas que não atuem com base em valores mais amplos. Por último, cada vez mais os executivos e investidores compreendem que o sucesso deles no longo prazo também depende do êxito de seus clientes, empregados e fornecedores”.
Em alinhamento a esta mentalidade, mas com o recorte brasileiro, a pesquisa Trust Barometer, que mede o índice de confiança e é realizada pela Edelman, revela que, em 2020, 64% dos brasileiros e brasileiras afirmam confiar mais nas empresas do que no governo, mídias e Ongs e 93% declaram que é muito ou extremamente importante para a construção de confiança na marca que elas solucionem problemas da sociedade. E mais, 74% acreditam que CEOs devem promover mudanças ao invés de esperar que o governo as imponha.
A pesquisa aponta, ainda, que a reputação de marca é o segundo atributo mais importante na decisão de uma compra e que a construção da confiança se divide entre 76% como integridade, propósito e confiabilidade e apenas 24% exclusivamente fruto da competência. E por fim, 92% dos brasileiros acreditam que os stakeholders são mais importantes do que os shareholders (acionistas) para o sucesso da companhia no longo prazo.
Agir de forma sustentável tornou-se vantagem competitiva para as empresas. Agir de forma sustentável, contudo, não é assumir compromissos superficiais, nem tampouco realizar ações apenas de mitigação de impactos e/ou riscos. Agir de forma sustentável requer o desenvolvimento de uma cultura de sustentabilidade a partir de uma lógica estratégica, que seja intrínseca ao modelo de negócio e transversal em toda operação. Que seja compartilhada de forma integrada na cultura organizacional e vivenciada por todos os stakeholders.
A cultura de sustentabilidade é o desenvolvimento desta nova mentalidade ecossistêmica, interdependente e resiliente nos modelos corporativos. Importante, neste processo, que as causas e valores sejam resultantes de um processo verdadeiro de colaboração em que possam emergir, a partir da experiência da empresa e suas pessoas, os significados e oportunidades de desenvolvimento desta agenda para a nova economia, fortalecendo, desta forma, modelos mais justos e inclusivos de geração de valor compartilhado.
Sobre a Baluarte Cultura:
A Baluarte Cultura é empresa B Certificada que cria soluções que unem interesses da sociedade e empresas, ajudando a construir um mundo com mais equidade através de parcerias multissetoriais. Atuam com soluções customizadas de Criação, Gestão e Mensuração de Resultados em Cultura, Educação e Sustentabilidade através do estímulo à corresponsabilidade, inovação social e colaboração em negócios e organizações. Enquanto signatárias do Pacto Global, desenvolvem a aderência de empresas e projetos sociais, culturais e esportivos à Agenda 2030. Em 2019 foram vencedoras do Prêmio Brasil ODS por sua contribuição ao ODS 4 e 8 com o case “Estúdio Escola de Animação”, que passou a integrar o banco de boas práticas do Pacto Global e foi apresentado na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque (EUA), como parte do evento SDGs in Brazil, que aconteceu durante o High-Level Political Forum 2019.