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Por Henry Grazinoli e Marcelo Douek, co-fundadores da Social Docs

O grande empreendedor social Muhammad Yunus acredita que aquilo que imaginamos pode ser construído. Segundo Yunus, basta olhar para as histórias de ficção científica do passado para perceber quantas coisas conseguimos construir a partir delas. Se imaginamos, é possível tornar real.

Yunus então desenvolveu o conceito de ficção social. E a partir disso, ele conta uma historinha: um dia todas as pessoas terão boas oportunidades para se desenvolverem plenamente, todas terão educação, saúde e trabalho. As famílias irão visitar museus e dentro deles poderão ver a pobreza. Vão pensar: “nossa, um dia já existiu a pobreza. Hoje ela é coisa de museu.”

Se podemos imaginar, podemos construir. E quanto mais gente puder imaginar um futuro melhor, mais perto estaremos de construí-lo. 

Estamos falando em construir imaginários. As histórias são o que existe de mais poderoso para criarmos um imaginário coletivo positivo, de que cada um pode fazer sua parte na construção dessa sociedade melhor. Quanto mais histórias de transformação social forem contadas e quanto mais espaço nas redes e nas mídias elas ocuparem, mais pessoas vão se inspirar, se engajar e gerar novas histórias reais de transformação social. E elas precisam ser contadas, para manter vivo este circulo virtuoso.

Desde Aristóteles, um dos primeiros filósofos a sistematizar um método para contar histórias, sabemos que elas são ferramentas poderosas de comunicação porque falam com nosso emocional. As histórias comunicam menos com nossa razão e mais com a nossa emoção. Elas fazem parte da cultura humana desde sempre. Segundo o neurocientista Sidarta Ribeiro, elas fazem parte da constituição do nosso jeito de pensar e de agir no mundo. Desde antes de sermos humanos, quando éramos algum outro mamífero, já sonhávamos e nos sonhos estavam presentes as estruturas narrativas. Não é por acaso que pagamos para entrar numa sala de cinema e passar 2 horas assistindo a uma história. Ou maratonamos séries na Netflix.

Voltando a Aristóteles, ele acreditava que as histórias têm uma função pedagógica muito importante: elas nos ensinam coisas através do EXEMPLO. Por isso elas são aliadas tão importantes na construção de um imaginário positivo para a nossa sociedade.

Falando um pouco da nossa experiência,  histórias que transformamos em filmes para a internet foram mais vistas e geraram mais engajamento do que grandes produções publicitárias. Alcançamos mais de 60 milhões de visualizações com histórias reais, de projetos sociais transformando vidas.

As pessoas estão ávidas pelas boas causas, querem consumir histórias que possam lhes proporcionar esperança e que possam sugerir caminhos para que atuem positivamente no mundo. As pessoas estão, cada vez mais, em busca de propósito. E as histórias podem ajudar muito.

A pandemia também tem nos trazido algumas lições. Uma delas é que, por incrível que pareça, muita, mas muita gente ainda não tinha a real dimensão da nossa desigualdade social. A pandemia escancarou isso e abriu mais espaço para estas histórias e este debate. Além disso colocou em xeque as estéticas com as quais estávamos acostumados. A ida mais profunda para o digital diminuiu nosso nível de exigência estética com o audiovisual, por exemplo. Mas nossa busca por soluções para os diversos problemas relacionados ao Coronavírus aumentaram nosso nível de exigência por informação de qualidade e por histórias reais, bem contadas. 

O processo de construção de uma sociedade mais justa e sustentável já começou. Ele está sendo feito por grandes, médias e pequenas ONGs, institutos, fundações, algumas empresas, alguns governos. Ele está sendo feito, acima de tudo, por pessoas como nós. E estas histórias precisam ser contadas para fortalecer o imaginário de mais e mais gente.  

Comunicar as histórias é tão importante quanto realizar um trabalho transformador.

Sobre a Social Docs: 

A Social Docs é a primeira empresa de conteúdo e storytelling do país focada em contar histórias de transformação e impacto social. Fundada pelos sócios Henry Grazinoli e Marcelo Douek, a produtora atende clientes do mundo corporativo, como Visa, e organizações como ONU. Com produção de conteúdo, documentários, treinamentos e oficinas, além de consultoria em storytelling, a Social Docs realiza trabalhos para engajar pessoas, gerar awareness e captar recursos para seus clientes. Acredita que as histórias têm o poder de mudar as pessoas, e pessoas inspiradas podem mudar o mundo. 

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